URBANISMO NOSSA HISTÓRIA
RIBEIRÃO CASCALHEIRA – MATO GROSSO
O Progresso e a vida organizada só deram seus primeiros passos com o movimento colonizador idealizado pelo Estado. A partir da criação da nova fronteira agrícola brasileira determinou-se o afluxo de famílias à região.
Com a abertura da Rodovia BR 158, inúmeras propriedades agropecuárias de porte instalaram-se às suas margens, especialmente motivadas pelos financiamentos advindos da Sudam.
Vieram juntos trabalhadores rurais do Nordeste e do Estado de Goiás (Ilha do Bananal), que vendiam barato sua mão-de-obra. Grande parte deste contingente serviçal não recebia seu pagamento a contento. Não podendo, nem mesmo voltarem à sua região de origem, muitos acabaram mesmo ficando, e povoando as margens da “Federal”, como ficou sendo conhecida a BR 158.
Sem muitas opções, se iniciavam na lida agrícola para afins subsistências. A primeira denominação dada ao lugar foi Ribeirão Bonito, por volta de 1966. Nesta época instalaram-se às margens da Federal, nas proximidades do córrego Suiazinho, os pioneiros Juca e Tintino.
Ainda neste ano embrenharam-se com o sertão adentro outros corajosos desbravadores, dentre os quais registraram-se alguns nomes: Pernambuco, Raimundo Grosso, Abílio, e outros.
Em 1968 chegou Zacarias Guedes, que abriu a Pensão e Comercio Ribeirão Bonito comercio pioneiro. Neste mesmo ano estabeleceram-se Ireno e Benedito, também comerciantes.
Todos estes pioneiros, salvo raras exceções, vinham com as suas famílias há tira-colo; mulheres, filhos, parentes e via de regra, amigos. Nas suas totalidades de sertanejo que acabaram atraídos por terras férteis e oportunidade de fazer fortuna. A final de contas, sonhar não custa nada.
Formou-se então o núcleo de povoação primitivo, a célula mater que gerou o atual município. Influenciados(as) pelas instalações das grandes fazendas, o povoado, foi logo assumindo a sua vocação de pecuária de corte, embora seu solo fértil seja apto à Agricultura.
No começo, toda a influência de comercio pesado era recebida de Barra do Garças – MT., apesar da Distância 400 Kilômetros .
Neste período o território do povoado de Ribeirão Bonito estava jurisdicionado ao município de Barra do Garças – MT, que no entanto, ignorava suas obrigações e pouco ou quase nada fazendo útil. A situação tende a melhorar somente na década de oitenta. A Lei nº 4.774, de 09 de Outubro de 1984, criou o Distrito de Ribeirão Bonito, pertencendo ao municúpio de Canarana – MT. Neste período um crime de grandes proporções abalou o lugar. O Padre João Bosco Penido Burnier, conhecido por sua abnegação em favor dos menos afortunados, juntamente com Dom Pedro Casaldáglia – Bispo de São Felix do Araguaia – MT., tentaram amenizar os maus tratos que uma senhora recebia na prisão de Ribeirão Bonito. Como não foram ouvidos, o Padre João anunciou ao soldado, que respondia pela cadeia, que iria levar o fato aos conhecimentos das autoridades de Cuiabá – MT. O soldado não titubeou, à queima roupa baleou o Padre João na cabeça. Mesmo socorrido e levado à Goiânia – GO, não resistiu, morrendo na madrugada do dia seguinte. Dia 12 de outubro de 1986, Ribeirão Bonito tornou-se lugar de martírio. Não tardou muito Ribeirão Bonito recebeu a emancipação política administrativa. A Lei Estadual nº 5.267, de 03 de Maio de 1988, de autoria da Bancada Estadual do PDS e do PMDB e sancionada pelo Governador Carlos Bezerra, criou o município.
Art. 1º – Fica criado o município com denominação de Ribeirão Cascalheira, com sede na localidade do mesmo nome, tendo área desmembrada dos municípios de Canarana -MT e São Felix do Araguaia -MT.